Aceleramos o Mobi Drive, com motor 3-cilindros

A Fiat apresentou nesta quarta-feira (23) o que era esperado para o Mobi desde seu lançamento, em abril: um motor 1.0 de três cilindros. Para quem prioriza economia de combustível, a espera valeu a pena. O Mobi Drive (R$ 39.870), única versão equipada com o novo conjunto, consegue atingir facilmente a casa de 25 km/l em ciclo rodoviário com gasolina. Por outro lado, o propulsor chamado de Firefly fica devendo em desempenho. Falta fôlego em trechos de subida ou em necessidade de ultrapassagem.

A decepção é grande, afinal, o motor de nome enjoado tem o maior torque entre os propulsores 1.0 aspirados. São 10,4/10,9 kgf.m distribuídos já aos 3.250 rpm. Mas a realidade mostra um conjunto preguiçoso e com pouco vigor, principalmente, a partir da quarta marcha. Corrobora com esta sensação o fato de a aceleração de 0 a 100 km/h ser cumprida em 12,8/12 segundos, sempre na ordem gasolina e etanol.

Outro ponto negativo é o nível de ruído. Está certo que blocos de três cilindros realmente têm um nível de vibração alto e consequente barulho que incomoda. Mas no Firefly esta característica é ainda mais intensa, mesmo em baixas rotações.

O curioso é que o motor carrega apenas duas válvulas por cilindro, portanto, tem seis no total. Segundo o analista de powertrain da FCA, Erlon Rodrigues, esta característica renderia ao Mobi maior silêncio a bordo, mais performance, além de menor índice de emissão de poluentes e maior economia de combustível. Se nos dois primeiros quesitos o desempenho do veículo não foi satisfatório, o mesmo não pode ser dito em relação à eficiência energética.

O consumo de combustível em ciclo urbano chega 13,7/9,6 km/l. Já na estrada os valores sobem para 16,1/11,3 km/l, de acordo com aferimento do Inemtro/Conpet. Mas, como mencionamos no início desta matéria, uma condução mais econômica pode render números ainda mais expressivos.

Outra notícia boa é que os dados supracitados valem para o Mobi Drive equipado com o câmbio manual de cinco marchas - que continua com relações elásticas e engates imprecisos. Em 2017, a Fiat vai lançar a versão equipada com câmbio Dualogic que fará do Mobi o carro 1.0 mais econômico do Brasil, superando o tão aclamado Volkswagen up! TSI (turbo).

Já sabemos os detalhes de consumo do Mobi Drive com a transmissão automatizada: 14/9,8 km/l em ciclo urbano e 15,9/11,1 km/l em ciclo rodoviário. Além disso, o índice de emissão de poluentes também será o mais eficiente da categoria, com 1,43 MJ/km, contra 1,45 MJ/km feitos pela versão manual do Mobi tricilíndrico.

Arranjo multimídia

Mas as novidades para o compacto não param no novo motor. Também é aguardada desde o ínicio do ano a prometida tecnologia Live On, que “transforma” o seu smartphone na central multimídia do carro.

Para utilizá-la, basta colocar plugar o seu aparelho no USB presente no console do carro e baixar um aplicativo chamado Fiat Live On, disponível a partir de sistemas Android 4.0 e iOS 7.1. Pronto, a tela do seu celular mostra uma interface exclusiva com seis apps padronizados e permite que você utilize seu programinha de mapas ou música preferido como você pode conferir no vídeo abaixo:

A solução é prática, mas é mais um arranjo do que uma inovação tecnológica. A experiência não se compara com as de centrais multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, que têm interface amigável e, principalmente, aplicativos gerenciáveis por comandos de voz, incluindo o WhatsApp.

Em um rápido contato com a Live On, a impressão que fica é que ele tem a mesmíssima experiência que você tem quando coloca o seu celular em um suporte sobre o console. As únicas vantagens do arranjo é que ele consegue ler o comportamento do motorista ao volante (como está sua aceleração, frenagem, enfim, direção eficiente) e pareia a tela do celular com rádio do carro.

Mas sabe o que é pior? O Live On só está disponível para o Mobi Drive e mesmo assim é um opcional. Ele custa R$ 4.650 em um pacote que agrega ainda faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, alarme, volante multifuncional, rodas de liga leve de aro 14”, retrovisor com tilt down e acabamento interno exclusivo.

O já conhecido rádio Connect também é opcional. É uma alternativa ao Live On e sai por R$ 4.500 junto com os demais equipamentos citados acima.

Já que estamos falando de equipamentos, vamos ao que o Mobi Drive traz como itens de série: direção elétrica, painel de instrumentos com tela de TFT, ar-condicionado, trava e vidros elétricos dianteiros, lavador e desembaçador do para-brisa traseiro, abertura interna da tampa do tanque de combustível e do porta-malas, volante com regulagem de altura, sinalização de frenagem de emergência e pneus verdes.

Gama confusa

Desta forma, ressaltamos que o Mobi Drive tem tabela de R$ 39.870. Ele ocupa a parte intermediária da linha do subcompacto e deve corresponder a 20% do mix de vendas. Mas, cá entre nós, não soa estranho alguém querer comprar as versões mais caras que a Drive e levar para casa um carro com motor menos eficiente e um pouco mais equipado?

Até faz sentido a manutenção do motor Fire de quatro cilindros para as configurações de entrada, que serve para quem tem dinheiro contado para comprar um carrinho 0 KM ou para os frotistas, mas a impressão é de que as configurações Like On, Way e Way On podem encalhar. Confira abaixo o preço de toda a linha Mobi: