A PSA Peugeot Citroën se mexe para voltar a viver dias melhores no Brasil. A holding francesa prepara novos carros compactos para as duas marcas, que andam carentes de novidades por aqui. Fruto de investimento de R$ 220 milhões que o grupo acaba de confirmar para o país.
Com esse aporte, a PSA vai estrear a nova plataforma da empresa. Chamada de CMP - Common Modular Platform -, a arquitetura já começou a ser aplicada na unidade argentina de El Palomar.
A estrutura modular começará a ser implementada em Porto Real (RJ) a partir de novembro. As mudanças preveem também melhorias em outras linhas de montagem, como a instalação de 30 novos robôs, especialmente na área da Chaparia.
A empresa diz que dessa plataforma modular virão novos produtos, entre SUVs, hatches e sedãs. A PSA não confirmou que carros serão produzidos no Mercosul, porém já se sabe que da Argentina virão os novos 208 e 2008 - o hatch chegará em 2020 e já roda camuflado.
Para Porto Real, especula-se uma nova linha de entrada para ficar abaixo do 208 de nova geração. Seria um carro para brigar com versões de entrada de Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Ford Ka. O parente argentino iria para a batalha contra os compactos premium.
Para a Citroën, o mais cotado é um SUV pequeno abaixo do C4 Cactus para disputar espaço com Ford EcoSport, Renault Duster e Honda WR-V. Uma versão brasileira do futuro Opel Mokka está em estudos.
O C3 Aircross europeu pode servir de inspiração, mas o modelo é feito sobre outra plataforma, do atual 2008 brasileiro. De qualquer forma, a empresa diz que a arquitetura BVH1 (Aircross, 208 e C3) continuará ativa no Brasil.
A PSA quebra a cabeça mesmo em relação a sedãs. A base CMP vai gerar a futura geração do Citroën C4 - hoje Lounge. Mas as marcas carecem de um três-volumes compacto.
O Peugeot 301 chegou a ser anunciado para o Brasil em 2013, mas o fabricante abortou a ideia. Hoje é vendido importado na Argentina, mas é outro que usa a plataforma já cansada do atual 208.
“A CMP é uma plataforma modular moderna, altamente flexível, multienergia, com menores níveis de vibração, maior conforto acústico e térmico, e que permitirá o lançamento de novos e mais modernos produtos no Brasil, em complemento aos que produziremos na Argentina”, garante Patrice Lucas, presidente da PSA Brasil e América Latina.