Boa parte dos modelos de Fiat e Jeep, fabricantes do grupo Stellantis, ganharão os novos motores 1.0 e 1.3 turbo flex da família Firefly/GSE até o ano que vem. A estreia desses propulsores marcará, nos próximos meses, o início da aposentadoria dos motores aspirados 1.8 E.torQ e 2.0 TigerShark.
A Stellantis - dona das marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Opel - já adiantou alguns detalhes técnicos dos novos motores turbo. Esses propulsores, oferecidos na Europa há alguns anos, e cujo início da produção em série no Brasil - em Betim (MG) - foi anunciado este mês pela empresa, também seguirão para exportação.
De concepção moderna, esses motores são dotados de injeção direta bicombustível, turbocompressor com válvulas de alívio variável, bloco de alumínio e sistema MultiAir com variador eletro-hidráulico de tempo de abertura e fechamento das válvulas de admissão. Diferentemente dos propulsores Firefly aspirados, que possuem apenas duas válvulas por cilindro, as unidades turbinadas terão quatro válvulas para cada câmara de combustão.
Os novos motores também contam com coletor de escape integrado ao cabeçote, sistema de arrefecimento misto e bomba de óleo variável.
Por enquanto, a Stellantis divulgou apenas os dados de potência e torque do 1.3 turbo de quatro cilindros: 180 cv e 27,5 kgf.m quando abastecido com gasolina. Os números com etanol não foram revelados.
Já o 1.0 turbo de três cilindros deverá entregar algo entre 120 cv e 130 cv de potência e torque na faixa dos 20 kgf.m, de acordo com a calibração.
Os motores turbo evoluíram constantemente nos últimos anos com o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao ganho de desempenho e economia de combustível. Se comparados ao atual 1.8 E.TorQ aspirado, esses novos propulsores deverão entregar uma performance mais satisfatória, principalmente no uso cotidiano, uma vez que o turbocompressor proporciona uma entrega maior de torque em baixas rotações.
Por exigir acelerações menos vigorosas para entregar mais força, os motores turbo de baixa cilindrada, consequentemente, consomem menos combustível e fornecem mais desempenho que os propulsores aspirados de média cilindrada.
Ainda é muito cedo para cravar que os novos motores turbo da Stellantis terão manutenção mais cara que a dos atuais propulsores aspirados. Esse tipo de motorização costuma ter um custo de reparo mais elevado por ter mais componentes e tecnologias mais sofisticadas. No entanto, a evolução dos processos de engenharia e a maior escala de produção têm aumentado a confiabilidade para reduzir os custos de manutenção.
O 1.3 turbo flex substituirá, ainda no primeiro semestre, o 1.8 flex aspirado de 139 cv da Fiat Toro, para suprir a ausência de um propulsor flex mais potente na picape lançada em 2016.
No Jeep Compass, o novo motor entrará no lugar do 2.0 TigerShark de 166 cv, presente no SUV desde o lançamento em 2016.
No caso do 1.0 turbo, o motor será o sucessor do 1.8 flex aspirado nos modelos Argo e Cronos, que serão reestilizados ainda em 2021. Essa unidade será oferecida com uma transmissão automática CVT.
O SUV lançado em 2015, enfim, aposentará o motor 1.8 aspirado (fraco para o seu peso) pelo novo 1.0 turbo.
A nova geração da picape Strada, lançada há menos de um ano, terá a opção do motor 1.0 turbo (com câmbio automático CVT) em versões mais caras.
Por ora chamado de Progetto 363, o SUV compacto que a Fiat - que tem sido mostrado aos poucos no reality show BBB - vai lançar até maio também terá o propulsor 1.0 turbo com câmbio CVT.