A emblemática cidade de Wolfsburg, na Alemanha, é conhecida por ser o berço da Volkswagen, mas pouca gente sabe que, além disso, o lugar abriga diversos museus - dentre eles, um extremamente especial que guarda os maiores segredos da VW, que pode ser traduzido em um acervo histórico muito importante com os modelos mais raros da marca. E que nunca foram vistos ou fabricados.
Conhecido como Stiftung, este museu está repleto de modelos raríssimos - em muitos casos, únicos -, incontáveis peças singulares e vários protótipos de carros que não conseguiram receber luz verde para serem produzidos em série. Nesta lista, importada dos amigos mexicanos do portal Autologia, vamos mostrar os mais raros e significativos. Delicie-se.
Este primeiro modelo tem uma forte semelhança com os carros da Mini lançados no fim dos anos 1950 (principalmente na dianteira) e representa o esforço da Volkswagen em lançar um veículo posicionado abaixo do Fusca em termos de tamanho, preço e desempenho.
Chamado de Volkswagen AE 48, ele foi a primeira tentativa da marca de lançar um subcompacto - e também um esforço, inédito na época, para ser um modelo projetado pela empresa sem ajuda da Porsche. O motor escolhido foi basicamente o do Fusca, só que "cortado" ao meio: um boxer de dois cilindros, 0,7 litro e 18 cv.
Tem mais: o AE 48 tinha construção monobloco, motor dianteiro e suspensão dianteira independente semelhante ao esquema McPherson que conhecemos nos carros atuais, algo inédito para a época.
Este sedã de quatro portas com pegada familiar é um dos mais interessantes desta coleção, pois embora suas formas quadradas e relativamente simples não atraiam tanta atenção, ele representa a exploração, pela Volks, de novos segmentos e mostra sua relação cada vez mais estreita com a Porsche, à medida que esta avançava para categorias de carros mais luxuosos.
Uma variante menos potente do mesmo motor boxer 2.0 do Porsche 911 da época foi escolhida para o EA 128, que entregava até 89 cv e podia chegar a 160 km/h. Se fosse vendido, o sedã seria o primeiro modelo da marca alemã a poder circular pela faixa da esquerda na Autobahn - tradicional rodovia alemã que tem trechos sem limite de velocidade.
Só que, infelizmente, o EA 128 nunca foi aprovado para comercialização. Executivos da Volks, à época, não tinham certeza de como o público reagiria a um modelo de luxo da marca de carro "do povo".
Este pequeno hatchback pode ser considerado um dos protótipos que deram origem ao primeiro Golf, um dos modelos mais importantes da marca em toda sua história. Seu desenho quadrado, porém, foi superado pela obra de Giugiaro para o projeto final do carro - mas a existência do EA 276 não nega que a marca já buscava um compacto substituto para o Fusca.
Embora a Volkswagen já tivesse experimentado motores refrigerados a água, o EA 276 continuou com o mesmo propulsor a ar do Fusca, embora posicionado na frente e com tração dianteira.
Este elegante sedã foi desenvolvido no início dos anos 1970, quando a Volkswagen se juntou à lista de fabricantes que trabalharam lado a lado com o Departamento de Transporte dos Estados Unidos para desenvolver um carro "à prova de morte".
O objetivo era criar um veículo que, por mais caro ou feio que fosse, pudesse manter seus ocupantes vivos em um acidente em alta velocidade. A promessa era de que algumas das soluções migrariam para carros de produção.
Este primeiro protótipo tinha frente de plástico capaz de absorver impactos, além de um painel central acolchoado e até recursos no quadro de instrumentos ainda inéditos para a época.
A gente também imaginou que poderia ser uma Kombi esportiva quando vimos o GT. Mas, na verdade, a sigla só anunciava a presença de um motor experimental de turbina a gás - o que, no fim das contas, não a transforma em um veículo menos especial.
A Volkswagen construiu este protótipo em conjunto com a empresa americana Williams Research Corporation, para estudar a chance de colocá-la em um ritmo de produção em massa.
O impressionante motor de turbina a gás produzia 74 cv, era substancialmente mais eficiente do que os motores convencionais e, ainda por cima, ocupava menos espaço. Só que eles também eram mais pesados e muito mais caros de se construir - por isso, o projeto foi cancelado rapidamente.
Idealizado por trabalhadores da fábrica de Wolfsburg, o exclusivo Plattenwagen foi habilmente feito no longínquo ano de 1946, na ausência de empilhadeiras, para transportar vários itens ao longo da linha de produção.
Tudo começou com um chassi de Fusca que vinha equipado com uma plataforma metálica e uma pequena cabine (às vezes fechada ou aberta), montada no eixo traseiro, de modo que a carga pudesse ficar à vista do motorista.
Dezenas de Plattenwagens foram construídas durante, pasmem, quatro décadas (entre 1946 e 1973!) e fizeram diversas tarefas dentro da fábrica: desde o carregamento de componentes montagem, até a entrega de chá para os funcionários.
Imaginado pela Volkswagen como um caminhão de baixo custo para mercados emergentes, o projeto Formiga tinha a tarefa de ser simples e fácil de ser reparado, sempre com ferramentas básicas - uma espécie de Fusca dos caminhões.
O exemplar em exibição no museu é o protótipo inicial, que utilizava um motor boxer de quatro cilindros refrigerado a ar, posicionado na frente, logo abaixo da cabine, para aproveitar ao máximo a área traseira de carga.
E eles existiram: foram fabricados em Hannover (Alemanha) e Puebla (México) e vendidos como kits de montagem. Ao final, foram comercializadas cerca de 6.200 unidades.
Quem se preocupa com rigidez estrutural quando se pode ter uma Kombi conversível para a curtição de todos os passageiros? Esta unidade, aparentemente, foi uma das versões mais extraordinárias já feitas com a clássica van da Volks.
Isto é literalmente uma Kombi com teto recortado - só o para-brisa manteve-se intacto. Chamada de Kombi Open Air, sua ideia era oferecer uma experiência ao ar livre para os passageiros. Infelizmente, nunca chegou a ser vendida ao grande público.
Na verdade, a Kombi sem teto foi construída para um programa de televisão alemão chamado Ein Platz an der Sonne, algo como "Um lugar ao sol". Que nome apropriado, não?
Outro dos grandes segredos da VW. Depois do primeiro Golf GTI, de 1975, não demorou muito para a marca alemã experimentar uma família completa de modelos com a sigla dentro de seu catálogo. Apenas dois anos depois, foi a vez do Passat.
O carro esportivo experimental usava o mesmo motor quatro-cilindros 1.6 de 108 cv do Golf e, embora tivesse que mover mais peso, apresentou desempenho surpreendente - aprimorado, em parte, por modificações na suspensão.
Só que o Passat GTI foi cancelado pelos executivos da marca, que alegaram que o carro era um modelo familiar, e não um hot rod. Uma pena.
A Volkswagen sabia que uma hora os regulamentos de emissões matariam o motor do Fusca, embora, é claro, eles não contassem que ele continuaria em produção após tantos anos (no Brasil até 1996; no México até 2003).
Mesmo assim, a marca fez vários experimentos para desenvolver um motor refrigerado a água no início dos anos 1970. Em 1984, eles conseguiram encaixar o motor quatro-cilindros 1.0 de 44 cv de um Polo na parte traseira do Fusca.
Ele chegou a ser produzido em Puebla (México), com o motor posicionado longitudinalmente, o que levou o carro a ter soluções pouco ortodoxas, como colocar o radiador no assoalho, protegido por uma grossa placa de metal. Acredite, esse motor foi instalado na Kombi logo em seguida.
Mais um dos segredos da VW. Este Jetta de segunda geração recebeu diversas tecnologias e era uma espécie de "laboratório sobre rodas". Tinha sob o capô um motor quatro-cilindros turbodiesel 1.8 que produzia impressionantes 178 cv - para se ter ideia, o propulsor desse tipo mais potente dos modelos normais da Volkswagen, à época, rendia 78 cv.
Ao adicionar 100 cv extras ao motor, eles permitiram que o sedã rodasse na Autobahn a mais de 200 km/h, um verdadeiro marco para essas datas. Por esta razão, sua suspensão era ligeiramente rebaixada.
Mais um dos segredos da VW, o Vario era, na verdade, um Golf de segunda geração com uma carroceria totalmente nova e de plástico, sem teto e sem portas - como uma espécie de buggy. Para entrar nele, os passageiros tinham que subir uma curta escadinha para chegar ao interior (que era colorido, como se vê).
Em vez de ter um sistema de som embutido no painel, os designers instalaram um equipamento de áudio removível da Sony, para que fosse possível levar a festa para todos os lugares.
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