A Stellantis começou a fabricar no Brasil sua nova linha de motores GSE turbo para, por ora, produtos da Fiat e da Jeep. Conhecida exatamente pela sigla GSE (uma nova nomenclatura para a linha Firefly, que é aspirada), a gama será composta inicialmente por dois propulsores: T3 (1.0) e T4 (1.3), ambos sobrealimentados por turbo.
Esta, aliás, deve ser a dupla de motores escolhida para alimentar o SUV do Argo, o carro do BBB, que deve estrear em nosso mercado nas próximas semanas. Além disso, o GSE 1.3 turbo também deve substituir o defasado 1.8 E.TorQ aspirado, de 10 anos atrás, nos carros de Fiat e Jeep que o utilizam (casos de Toro, Cronos, Argo e Renegade).
Para produzir a nova linha GSE Turbo no Brasil, a Stellantis precisou injetar R$ 400 milhões no complexo industrial de Betim (MG), para ter capacidade produtiva de 100 mil motores por ano. Esta fase inicial recém-anunciada contempla apenas o start de produção do motor 1.3 GSE de quatro cilindros, mas ainda em 2021 a planta começa a fazer o 1.0 GSE, que tem três cilindros.
Com mais economia de combustível, melhor desempenho e menos emissões de CO2, nas palavras da empresa, a família GSE Turbo terá versões flex e movidas a gasolina. Na versão a gasolina, o motor 1.3 de quatro cilindros e trem de válvulas MultiAir III (são 1.332 cm³ de cilindrada) consegue render 180 cv e 27,5 kfg.m de torque, com taxa de compressão de 10.5:1.
Essa tecnologia MultiAir já foi utilizada em gerações de motores anteriores por veículos da Fiat. Resumidamente, trata-se de um sistema eletro-hidráulico que permite o controle da duração e da elevação das válvulas de admissão, além do controle de carga do motor, sem gerar perdas de bombeamento, o que contribui para reduzir o consumo em operações de baixa e média carga.
Os motores da família GSE Turbo contam ainda com um sistema avançado de sobrealimentação. O turbocompressor de baixa inércia e volume de ar reduzido entre o compressor e o coletor de admissão entrega, segundo a Stellantis, respostas mais rápida do propulsor.
Por conta disso, o coletor de escapamento integrado reduz o "turbolag" e o tempo de aquecimento do motor e do catalisador, o que favorece o tempo de resposta e também ajuda a melhorar os números de consumo e de emissões. Com válvula wastegate eletrônica, eles trabalham ainda com um controle mais "refinado" da sobrealimentação.
Vale destacar, por fim, que os dois novos motores ainda contam com sistema de injeção direta de combustível, item que pode ser considerado fundamental em motores turbo porque reduz a temperatura da mistura dentro da câmara de combustão, o que diminui a tendência à detonação e, portanto, aumenta a eficiência da queima.