Mercury Comet: o primo-irmão do Ford Maverick

Um primo de luxo do Maverick, mas com o mesmo jeitão do modelo da Ford e compartilhamento de plataforma, peças e design, tanto na dianteira como na traseira. O carro descrito, e que será o tema da nossa coluna de hoje, é o Mercury Comet, que infelizmente tem poucos registros de aparições no Brasil, mas fez história nos Estados Unidos durante as décadas de 1960 e 1970.

"Muscle Culture" é a coluna de André Deliberato (@andredeliberato no Twitter e no Instagram) no WM1, portal de notícias da Webmotors, que traz curiosidades, notícias e informações sobre uma das mais tradicionais filosofias de carros norte-americanas dos anos 1960 e 1970, mundialmente conhecida e representada pelos belíssimos muscle cars.

Mercury Comet, primo-irmão do Ford Maverick

O Mercury Comet foi um carro feito entre 1960 e 1969 e depois entre 1971 e 1977 que teve seis gerações. E foi justamente na última (produzida entre 1971 e 1977) que ele passou a compartilhar a base com o então médio Maverick, bastante conhecido do público brasileiro - nas cinco primeiras, o modelo chegou a ser um compacto derivado do Ford Falcon e do também pequeno Ford Fairlane.

Compartilhando uma série de peças com o Maverick, ele tinha somente grade, lanternas e capô diferentes, além dos emblemas da Mercury. Mas por baixo estava o mesmo chassis. Com isso, uma série de motores também foram usados pela dupla.

O motor básico do Comet muscle car era um seis cilindros em linha com carburador de um barril que gerava 101 cv. Mas também eram oferecidas versões de 117 cv - do mesmo 6 cilindros, mas recalibrado - e de 213 cv, estes provindos de um V8 com carburador de dois barris. O câmbio era manual ou automático de três marchas com alavanca posicionada no chão ou na coluna atrás do volante.

Existia uma configuração de carroceria mais próxima de um sedã, com duas e quatro portas, mas o Comet que nos interessa é o "GT", um legítimo muscle car, que vinha com grade escurecida; faixas duplas nas laterais; bancos com encosto mais alto; anéis de acabamento nas rodas; quadro de instrumentos preto; painéis de portas mais luxuosos e até uma abertura simulada do capô.

No fim das contas, o sucesso não foi o mesmo como o de outros modelos da categoria. Com isso, o Mercury Comet GT durou até 1975, embora alguns de seus recursos tenham permanecido disponíveis nas linhas 1976 e 1977 como opcionais esportivos para as outras versões.

Mas seu fim não aconteceu sem deixar fãs... e até um recorde. Em julho de 2010, foi noticiado nos Estados Unidos que uma senhora de 91 anos que morava na Flórida, chamada Rachel Veitch, ainda dirigia seu Comet 1964 diariamente. O carro foi recomprado pela Ford e Rachel estabeleceu um novo recorde ao acumular mais de 562.000 milhas (899 mil quilômetros) documentadas no hodômetro.

Mercury

A Mercury, para quem não conhece ou não se lembra, foi uma das marcas de luxo da Ford criada por Edsel Ford, filho de Henry Ford, entre o biênio de 1938 e 1939. O nome era uma homenagem a Mercúrio, o Deus da mitologia romana da venda, lucro e comércio.

Em 2010, a Ford decidiu anunciar o fim da Mercury para focar na própria marca e na Lincoln. O último carro da Mercury produzido foi um Grand Marquis, que saiu da linha de montagem no dia 4 de janeiro de 2011. Apesar disso, curiosamente, a Mercury permanece até hoje como marca comercial registrada e ativa da Ford.

E no Brasil?

Como falamos, infelizmente há poucos registros de Mercury Comet no Brasil. Na Webmotors você encontra oito modelos da marca de luxo no estoque, mas nenhum Comet - são quatro Eight, dois Grand Marquis, um Mystique e um Cougar desmontado.

Mas sei que há algumas (poucas) unidades do modelo em nosso país. Dá para contar nos dedos e a maioria delas é das primeiras gerações, dos anos 1960, diferente do modelo GT que se assemelha ao nosso querido Ford Maverick. Portanto fique ligado: se você por acaso encontrar com um Mercury Comet que seja praticamente idêntico ao Maveco, não deixe de mandar sua foto para a gente!