Você viu aqui no WM1, na semana passada, que Nissan e Honda pensavam em negociar uma extensão de sua parceria. Pois neste começo de semana a possível fusão ganhou mais um capítulo: ambas as marcas confirmaram as tratativas e disseram que já existe até data para a coligação acontecer.
Nesta segunda (23/12) um memorando de entendimento - o documento que determina como a fusão entre duas marcas deve acontecer - foi assinado. Em março, vale lembrar, as duas empresas haviam assinado outro memorando para traçar estratégias e unir energias em prol da descarbonização e da eletrificação de seus veículos.
O novo acordo assinado nesta semana trata sobre a fusão entre as duas fabricantes - e não sobre a criação de novas plataformas ou veículos específicos. A ideia de Honda e Nissan é criar uma empresa com mais de três trilhões de ienes de lucro (quase R$ 118 bilhões), o que a tornaria a terceira maior montadora do mundo - atrás apenas de Toyota e Volkswagen, com suas respectivas submarcas.
A possível fusão entre as duas fabricantes japonesas ampliaria consideravelmente a escala produtiva das duas marcas ao criar e padronizar plataformas, desenvolver novas tecnologias - por meio de centros de pesquisa e desenvolvimento - e otimizar o funcionamento das fábricas existentes.
Hoje, aqui no Brasil, a Nissan tem uma fábrica em Resende (RJ) e a Honda, em Sumaré e Itirapina (SP), ambas de automóveis, claro - a unidade industrial da Honda em Manaus (AM) produz apenas motos.
A coligação deverá ser feita por meio de uma holding - que terá ações das duas fabricantes, algo que a FCA e a PSA fizeram de forma parecida quando surgiu a Stellantis. Ainda não é certo, no entanto, que surja um nome para representar a união dessas duas marcas japonesas.
O negócio está encaminhado, mas ainda não está 100% definido: resta passar pelo departamento de conselheiros das duas marcas, assim como por autoridades fiscais japonesas. Em resumo, depois da união, Honda e Nissan vão continuar existindo, mas com produtos separados, assim como vemos nas marcas da Stellantis.
Nissan e Honda deverão terminar esse processo de definições sobre o acordo até junho de 2025 - para que os acionistas possam votar até o final do ano fiscal seguinte, em abril de 2026. Se der certo, a "nova empresa" assumiria o lugar de Nissan e Honda na bolsa de Tóquio até agosto daquele ano.