A Nissan Frontier nunca ameaçou a liderança da Toyota Hilux no segmento das picapes médias, mas sempre teve números consistentes de vendas no mercado brasileiro. No entanto, no final de 2024 a caminhonete fabricada na Argentina perdeu fôlego, registrando números ruins de emplacamentos. Tal desempenho nos chamou a atenção e provocou o seguinte pergunta: o que está acontecendo com a Nissan Frontier?
Para uma análise mais profunda, vamos aos dados concretos. De acordo com informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a Frontier acumulou 9.258 unidades emplacadas em 2024, sendo a 5ª colocada no ranking das picapes médias mais vendidas - ficou atrás somente de Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10 e Mitsubishi L200/Triton.
No entanto, de janeiro a setembro, foram emplacadas 8.033 unidades (86,7% do total), com meses em que foram vendidas mais de 1.000 Frontier. Já entre outubro e dezembro, a queda foi realmente forte, sendo comercializadas apenas 1.225 caminhonetes da Nissan. Em outubro e novembro, por exemplo, os números não passaram das 380 unidades. Em dezembro uma leve recuperação, mas com um índice ainda muito modesto (503 emplacamentos).
Analisando o desempenho dos concorrentes e conversando com pessoas ligadas ao mercado de automóveis, a queda da Frontier teve forte influência da concorrência. Em especial da Fiat Titano, que após um início complicado de vendas, decolou e, no caminho contrário da Frontier, teve bons números. Os melhores meses da representante da marca italiana foram outubro, novembro e dezembro, sendo que no último mês de 2024 a caminhonete estabeleceu seu recorde: 1.475 unidades emplacadas.
Outro fator que influenciou as vendas da Nissan Frontier foi a renovação de duas concorrentes diretas: Volkswagen Amarok e Mitsubishi L200, que passou a se chamar somente Triton. Enquanto a Amarok aumentou seu número de vendas (chegando a superar a barreira das 1.100 picapes em outubro), a Triton não deixou o volume cair, mantendo uma média entre 700 e 900 emplacamentos/mês.
Para 2025 o cenário promete ser desafiador para a Frontier. Isso porque Hilux, Ranger e S10 deverão manter o ritmo forte no mercado brasileiro, e a Fiat parece ter acertado os preços e forma de vendas da Titano. Amarok e L200 também deverão manter a média de emplacamentos, não crescendo, mas também não despencando. Sendo assim, a Nissan terá que se mexer para recuperar o espaço que perdeu na reta final do ano passado. Será que vai conseguir? Vamos ver...