A Dodge não vende mais carros oficialmente no Brasil desde a discreta saída do crossover Journey de nosso mercado, em julho do ano passado. E, por ora, segundo fontes ligadas ao grupo FCA - que hoje pertence à Stellantis -, não há planos de retorno de algum modelo com a insígnia por aqui.
Por conta disso, resolvemos ser nostálgicos e relembrar os cinco carros mais marcantes da empresa norte-americana já vendidos no Brasil. Mas atenção: abaixo vamos destacar modelos originalmente vendidos como Dodge, sem considerar picapes criadas pela já independente RAM, que deixou de ser modelo, virou marca própria em 2009.
Foi o primeiro e talvez mais emblemático de todos os Dodge vendidos no Brasil. Vamos voltar para 1969, ano em que a Chrysler começou a produzir modelos da divisão no Brasil. O Dart foi o primeiro. Carro grande, esportivo e bem invocado, era uma variante da quarta geração do modelo norte-americano -e por aqui foi oferecido com duas e quatro portas (cupê e sedã).
Dois anos depois, em 1971, o Dodge Dart brasileiro deu origem ao Charger R/T nacional, que também era diferente do americano (que era baseado no Coronet). Depois vieram modelos ainda mais luxuosos com sobrenomes conhecidos, como Magnum e Le Baron, ambos com o mesmo motor 318 V8 de 5,2 litros.
Outro carro feito no Brasil foi o Polara - e este é ainda mais nostálgico que o Dart por ter sido um carro mais barato e acessível para muitos jovens da época. O modelo tinha o mesmo nome de um sedã da Dodge nos Estados Unidos, mas era fabricado sobre a plataforma de um modelo compacto britânico, o Hillman Avenger, embora com emblemas da Dodge. Viveu de 1971 a 1981.
A Hillman foi uma marca pertencente ao Grupo Rootes entre 1970 e 1976, que posteriormente foi comprada pela Chrysler, a dona da Dodge naquela época.
Quase vinte anos depois do término de produção do Polara, a Dodge decidiu voltar ao Brasil para fazer uma picape que ficou marcada no coração dos jovens no final dos anos 1990. Falamos da belíssima Dakota, que ressurgiu em 1998 nas versões SE, Sport e R/T, com motores de quatro cilindros, V6 e V8, respectivamente, além das variações com motor diesel.
O que mais encantava na Dakota é que sua proposta era muito mais esportiva do que as demais rivais oferecidas à época. Todas as configurações podiam ser vendidas com carroceria de cabine simples, estendida e dupla. A produção durou pouco, até 2001, quando a Daimler Chrysler - a dona daquela época - anunciou uma reestruturação do grupo, prevista para os anos seguintes.
O crossover Journey entra nessa lista por ter ficado por muitos anos como único representante da empresa no país. O modelo viveu em nosso mercado de 2008 a 2020 e chegou até a ganhar um "primo" idêntico, o Fiat Freemont, que foi uma versão do Journey criada com a insígnia da marca italiana depois da fusão da Chrysler com a Fiat, que deu origem ao Grupo FCA.
O Journey viveu sozinho até julho de 2020, quando deixou de ser oferecido por aqui discretamente, embora com glórias: foi um crossover por unir características de SUV e minivan e era um dos únicos de seu segmento que era movido por motor V6. Até hoje há boas ofertas do modelo na Webmotors.
Vamos terminar nossa lista com uma picape que voltou recentemente ao nosso mercado, a RAM. Ok, sabemos que o modelo de hoje em dia é totalmente diferente daquele que vimos nos anos 2000, até porque a RAM deixou de ser um modelo para se tornar marca de picapes - é como se a VW desse independência ao Golf e o carro se tornasse uma empresa com modelos diferentes, todos chamados de... Golf.
Aqui, falamos da Dodge RAM de segunda e terceira gerações, vendida no Brasil durante os anos 2000. A picape era como uma Dakota maior, mais forte e ainda mais invocada. Para se ter ideia, algumas unidades da bruta Dodge RAM SRT10 chegaram a ser importadas para nosso país - nada menos que uma picape equipada com o motor do Viper, o maior superesportivo da história da empresa.