Antes de o 46º Tokyo Motor Show abrir suas portas ao público, a Toyota apresentou nesta terça-feira (22) as novidades que terá em seu estande. E a principal deles será o Mirai Concept, uma prévia da segunda geração do sedã elétrico movido a células de combustível a hidrogênio.
O Mirai foi completamente retrabalhando em termos de design. As linhas estão modernas, mas o arrojo da primeira geração, que fez alguns torcerem o nariz, foi trabalhado de maneira mais elegante, remetendo um pouco ao famoso irmão Camry. No primeiro contato com o carro em um hotel da capital japonesa, alguns jornalistas elevaram o Mirai ao nível dos modelos da Lexus, divisão de luxo da Toyota.
A dianteira tem faróis grandes e afilados, que acompanham parte do longo capô. No entanto, a grande frontal é quem assume o papel de protagonista. Na lateral, a linha de cintura é elevada, sem, no entanto, comprometer a área envidraçada. Ponto positivo para as belas rodas de 20 polegadas. Já a traseira tem uma queda sedutora da coluna ‘C’, remetendo a um fastback – algo meio Audi A7 – e lanternas na horizontal que se unem por um friso vermelho.
Algo que chama a atenção logo de cara é o porte. O Mirai Concept, que é montado na plataforma TNGA, cresceu em comparação à primeira geração. Só de comprimento aumentou 8 centímetros, medindo agora 4,97 metros. No entanto, a distância entre os eixos foi a que mais cresceu: 14 centímetros, saltando de bons 2,78 metros para incríveis 2,92 metros, o que resultou em um ganho de espaço interno considerável.
Tal evolução ‘corporal’, digamos assim, escancara totalmente a intenção da Toyota em oferecer a partir de agora um Mirai muito mais sedutor para aqueles executivos que enxergam com excelentes olhos uma agradável viagem no banco traseiro. Ah! O Mirai que roda nas ruas hoje tem capacidade para apenas quatro ocupantes, enquanto novo pode levar até cinco.
A única medida que caiu foi a altura, que baixou de 1,53 metro para 1,47 metro. Tal redução sinaliza para um centro de gravidade mais baixo, deixando o Mirai, apesar de suas dimensões ‘faraônicas’, um carro teoricamente – e digo teoricamente, pois não o testamos – mais ‘saboroso’ ao volante.
Em termos de propulsão, uma das grandes novidades é o maior tanque para armazenar hidrogênio. O que deve promover, de acordo com informações da própria Toyota, uma autonomia maior em aproximadamente 30%, quando comparado com a primeira geração. Traduzindo em números, se a autonomia do Mirai atual é de aproximadamente 500 km, o da segunda geração será de algo em torno de 650 km.
No entanto, para aumentar a capacidade de rodar com apenas um tanque de combustível, a Toyota não mexeu apenas no tamanho do tanque de hidrogênio. Segundo a fabricante, todo o sistema de célula de combustível foi redesenhado. O resultado, ainda de acordo com a montadora, é um Mirai mais suave na condução, porém com respostas mais rápidas em termos de performance.
Informações técnicas, como potência e torque, não foram reveladas neste primeiro momento. No entanto, podemos esperar um ganho de performance, já que um dos pilares desta ‘revolução’ pela qual passou o Mirai está o desempenho. O Mirai de primeira geração gera 155 cv de potência máxima e 31,4 kgfm de forque.
Não! Não vem para o Brasil. Além de não existir uma estrutura de postos de hidrogênio para reabastecimento, o Mirai chegaria caro ao Brasil. Produzido no Japão, o sedã é comercializado atualmente nos Estados Unidos por R$ 58,5 mil, aproximadamente R$ 240 mil, fora os impostos.