Em conferência com o CEO global da Volkswagen, Ralf Brandstätter, com participação do presidente da VW para a região da América Latina, Pablo Di Si, a fabricante confirmou que investirá R$ 7 bilhões no mercado regional para construir uma nova família de carros compactos feita sobre a plataforma MQB, a começar pelo Polo Track, que será a primeira das novidades - e chega em 2023.
A marca também afirmou durante a live que o investimento bilionário também será responsável pelo aprimoramento do sistema VW Play - que ainda não tem, por exemplo, possibilidade de roteamento de internet à bordo. "Acredito que o VW Play seja bem avançado em relação à concorrência, mas temos o que melhorar. Vamos estudar o que o cliente deseja por clínicas", diz Di Si.
A Volks também avalia que investir esse valor no mercado latino-americano é um desafio, tendo em vista a pandemia mundial do coronavírus e a escassez global de semicondutores.
Além de projetos locais, a marca também confirmou que tem como objetivo a digitalização e a descarbonização na América do Sul - isso inclui melhorias em um centro de pesquisa de biocombustíveis para desenvolvimento de tecnologia complementar à ofensiva global de eletrificação da marca.
A "nova geração" do VW Play, de acordo com o comunicado da empresa, permitirá aos motoristas se manterem conectados e expandirá a conectividade para fora de seus veículos - ao mesmo tempo em que acrescentará novos itens e serviços.
"A América Latina é importante para a Volks. Nos últimos dois anos, alcançamos uma boa posição por meio de um programa de reestruturação. Vamos agora conduzir a implementação da estratégia "Accelerate' com o novo programa de investimentos, fortalecer nossa posição competitiva e nos preparar para atingir a lucratividade sustentável'', explica Ralf Brandstätter, CEO global da VW.
A Volks também confirmou que vai lançar uma nova família de carros compactos para o segmento de entrada a partir de 2023. O primeiro deles é o Polo Track, feito sobre a plataforma MQB - porém reajustado e considerado como uma nova geração, diferente do atual, que é construído sobre a base MQB A0. O novo modelo será produzido na fábrica de Taubaté (SP).
"O alto nível dos investimentos demonstra a grande importância do mercado latino-americano para a Volkswagen. Isso tem base em três fatores de sucesso: excelente produtividade de nossas fábricas, alcançada com o apoio dos acordos com os sindicatos de trabalhadores; o destacado desempenho de toda a equipe e nosso intenso foco nos desejos de nossos clientes", destaca Di Si.
Isso posto, a marca também confirma que vai fazer investimentos no já existente Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis da América Latina. Especialmente nas regiões onde as viagens envolvem grandes distâncias - onde redes de recarga ainda não são bem distribuídas e os níveis de suprimento de energia "verde" são baixos -, os biocombustíveis, com um balanço positivo de CO2, na visão da empresa, podem ser uma "ponte" para a era da eletricidade.
Isso porque tanto a frota como a empresa têm como objetivo tornarem-se neutras em carbono até 2050. O caminho para atingir esse objetivo, segundo a VW, é fundamental na estratégia Accelerate. A mobilidade elétrica é ao mesmo tempo o núcleo e a tecnologia líder para descarbonizar o transporte - e numa perspectiva de longo prazo, isso também é válido para a América Latina.
"Com o objetivo de sermos neutros até 2050, (projeto) conhecido como 'WayToZero', nos comprometemos a oferecer uma mobilidade sustentável para todos. O bioetanol é um significativo complemento regional à nossa estratégia elétrica, porque reduz as emissões de carbono em até 90% comparado à gasolina. É um excelente exemplo de 'pense globalmente, aja localmente'", finaliza Ralf Brandstätter.