O Renault Kwid chegou ao Brasil em agosto de 2017. De lá para cá, emplacou mais de 270 mil unidades e costuma estar anualmente na lista de modelos mais vendidos. Após quase cinco anos de estrada, o hatch apresentou mudanças no visual e ganhou mais equipamentos a fim de continuar a ser competitivo em um mercado onde subcompactos são raridade. Os preços do novo Renault Kwid partem de R$ 59.890 e chegam a R$ 67.690.
Para brigar contra o Fiat Mobi, único rival direto, o Kwid deu uma leve enxugada na gama e não oferece mais a versão Life, que era basicona. Agora, as opções são Zen, Intense e Outsider. Por outro lado, o hatch terá uma versão totalmente elétrica, que vai ser lançada posteriormente, mas ainda em 2022.
De cara, o que mais chama atenção na parte estética é que os faróis principais foram reposicionados para baixo a fim de dar espaço a luzes de uso diurno que acompanham o desenho da nova grade.
As lanternas traseiras também foram atualizadas e contam com um grafismo em formato de “C”. Outra atualização está no implemento de refletores nos para-choques, que são envolvidos por vincos.
Ainda sobre visual, a Renault adotou algo que era costumeiramente visto pelas ruas, a pintura bicolor. O teto preto é item de série na versão Outsider e, opcional, na Intense. Outras exclusividades da configuração topo de linha são raque de teto cinza, rodas de liga leve de 14 polegadas diamantadas, interior com detalhes em verde Citron e saídas de ar-condicionado em preto brilhante.
Por dentro, o layout e boa parte dos materiais de acabamento continuam os mesmos. A atualização mais chamativa está no painel de instrumentos com mostradores em LED. O grafismo tem tons que lembram a bandeira da França, país de origem da Renault. Eles envolvem um computador de bordo digital que oferece informações básicas de viagem.
Já a central multimídia ficou um pouco maior, mas não teve mudanças no software. A tela sensível ao toque é de 8 polegadas (antes era de 7”) tem pareamento com Android Auto e Apple CarPlay por cabo. O sistema é intuitivo e bem organizado, mas já está defasado em relação às últimas novidades do mercado.
Uma grata surpresa é o acabamento dos bancos inteiriços da versão Outsider. Confere um capricho difícil de encontrar em guerreiros carros de entrada.
Outras boas notícias são derivadas do motor. Ele continua o mesmo 1.0 SCe, mas com algumas alterações que o tornaram ainda mais econômico e um pouco mais potente. O propulsor de três cilindros agora desenvolve 68 cv, quando abastecido de gasolina, e 71 cv, quando bebe etanol. Antes, a relação respectiva era de 66 cv e 70 cv.
A mudança é tão pouca que mostra-se irrisória na prática. O modelo que tem torque de até 10 kgf.m a 4.250 rpm continua sendo um carrinho competente para rodar na cidade, com relações curtinhas promovidas pelo câmbio de cinco marchas e desempenho adequado à proposta de ser um veículo para trabalho ou a opção de solteiros que fazem questão de contar com um carro 0 km.
A otimização mais enfática está na economia de combustível. O hatch que já era eficiente agora pode ser até 5% mais econômico graças ao implemento do sistema start-stop.
Além disso, o motor ganhou o auxílio da regeneração da força de frenagem. O termo é comum em carros elétricos e tem funcionamento um pouco diferente em automóveis à combustão. A energia das desacelerações é transferida para a bateria e utilizada quando o carro volta a acelerar. Isso significa que o alternador não precisa “roubar” energia do motor, o que dá uma economia de combustível de cerca de 2%.
Desta forma, o consumo médio do Kwid 2023 chega a 15,3 km/l com gasolina, na cidade. No mesmo cenário, com etanol, a média é de 10,8 km/l. Os números também são chamativos no ciclo rodoviário: 15,7 km/l e 11 km/l, respectivamente.
O que não mudou foram os dados de dimensões. O compacto segue com 3,68 de comprimento, enquanto o entre-eixos é de 2,42 m. Definitivamente, é um carro para quem não precisa de espaço.
O porta-malas também foi mantido e oferece 290 litros de capacidade. Apesar de pouco chamativo, leva a melhor contra o Mobi, que tem bagageiro de 215 litros.
Confira os preços, versões e lista de itens de série do Renault Kwid 2023:
Renault Kwid Zen – R$ 59.890
Quatro airbags, direção elétrica, ar-condicionado, rádio, travas elétricas, cluster com mostradores em LED, vidros dianteiros elétricos, assistente de partida em rampa, controle de estabilidade, computador de bordo e LEDs de uso diurno.
Renault Kwid Intense – R$ 64.190
Além dos itens da versão anterior, oferta maçanetas na cor da carroceria, retrovisores em preto brilhante, rodas de aço de 14 polegadas, retrovisores elétricos, chave canivete, câmera de ré, central multimídia e lanternas com grafismo em LED.
Renault Kwid Outsider – R$ 67.690
Itens da versão Intense, além de barras de teto na cor cinza, ski frontal e traseiro, rodas de liga leve diamantadas e interior com detalhes em verde Citron.
A Renault mostrou ainda a versão elétrica do compacto, que vai se chamar Kwid E-Tech, sem, no entanto dar qualquer detalhe técnico sobre o modelo. Também não foi divulgada a data da apresentação oficial, apenas que ocorrerá "em breve".
A configuração elétrica do subcompacto vai ser importada da China, mas terá algumas especificidades dedicadas ao público brasileiro, como um motor exclusivo para o nosso mercado. E provavelmente algum detalhe visual.
O modelo deve ser oferecido em faixa de preço para brigar pelo título de carro elétrico mais barato do Brasil. Este posto é ocupado atualmente pelo JAC e-JS1, que está tabelado em R$ 164.900.