A fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) não vai soprar as velinhas de cinco anos. A unidade do interior paulista, inaugurada em 2016 no embalo do InovarAuto, fechará as portas.
Da linha de produção de Iracemápolis saíam o sedã Classe C e o utilitário esportivo GLA. Os modelos continuarão à venda no país, só que, agora, importados.
A fábrica reuniu investimentos de R$ 600 milhões e foi fundada em março de 2016, dentro de planejamento da montadora nos tempos de InovarAuto - programa do Governo Federal que concedia incentivos fiscais para fabricantes com produção no país.
Em comunicado oficial, a Mercedes diz que "está buscando a melhor perspectiva de futuro possível para o local e os seus 370 colaboradores". Entre as possibilidades, está um programa de demissão voluntária (PDV).
Ainda de acordo com a nota, o fechamento da fábrica de automóveis se dá devido ao atual momento econômico do Brasil e à queda na venda de veículos premium.
“Ao longo do nosso processo de transformação, continuamos a reestruturar a nossa rede de produção global. Aumentar nossa eficiência, otimizando a nossa capacidade de utilização é um facilitador importante. Por isso, decidimos encerrar a produção de automóveis no Brasil”, diz Jörg Burzer, membro do Board da Mercedes-Benz AG.
Fontes ligadas ao fabricante, contudo, afirmam que a pandemia só foi um dos motivos que "adiantou" o fechamento de Iracemápolis. A aprovação do Rota 2030 (novo plano de incentivos para o setor, aprovado no apagar das luzes de 2018) com várias demandas da indústria não atendidas, teria sido outra razão.
A marca continua com a produção de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG). A propósito, a unidade mineira já teve fabricação de carros de passeio encerrada também. Lá, foram feitos a primeira geração do Classe e o cupê CLC.
Outra unidade de veículos que a Mercedes-Benz encerrou foi a da Dodge Dakota. Em 1998, a Chrysler inaugurou uma linha de produção da picape média em Campo Largo (PR). No mesmo ano, a Daimler comprou o grupo norte-americano e formou a DaimlerChrysler. A unidade paranaense foi fechada em 2002.