Primeiras impressões: BMW X2 retorna ao Brasil!

Agora é oficial: os novos BMW X2 e iX2 estão entre nós. A dupla foi lançada oficialmente no país esta semana, em evento promovido pela marca em Campos do Jordão (SP), ao lado da estreia dos novos Mini Countryman S E e Cooper S. O X2 custa R$ 388.950, enquanto o iX2 sai por R$ 443.950.

Feito como nova geração, o carro está bem maior que o anterior, além de esteticamente mais bem resolvido, como se fosse uma "versão mini" do atual BMW X6, por exemplo. Ficou, de fato, mais estiloso e acupezado do que a primeira geração - que, para muita gente, parecia um hatch anabolizado.

O X2 cresceu 19,4 cm em comprimento, chegando a 4,55 m; 2,1 cm em largura (totalizando 1,84 m); e 6,4 cm em altura (para 1,59 m). Agora com 2,69 m de entre-eixos (2 cm a mais que o anterior), ele promete mais espaço para os ocupantes. O porta-malas tem capacidade que varia de 560 litros a 1.470 litros, dependendo dos bancos - no iX2, por conta das baterias, é de 525 litros a 1.400 litros.

Mais novidades sobre o novo BMW X2

Visualmente, na dianteira, o SUV tem faróis de LED adaptativos e a grade em forma de rim da BMW quase hexagonal, que – pela primeira vez no segmento compacto – é equipada com a iluminação de contorno, que a BMW chama de "Iconic Glow".

A linha do teto flui até a traseira, criando silhueta em formato de cupê, no estilo bem característico de um SUV-cupê da BMW - como também acontece no X4 e no X6.

Na traseira, caixas de rodas mais robustas reforçam o visual musculoso, e um spoiler embutido na tampa do porta-malas e um para-choque com design esportivo completam o visual. Vale dizer que tanto X2 como iX2 virão com o pacote estético M Sport, com detalhes específicos mais agressivos e rodas de 20 polegadas nas duas variantes. Cada uma com design próprio.

Por dentro, os dois são praticamente iguais. O principal destaque é o BMW Live Cockpit Professional, a tela curvada composta por duas peças, com 10,25 polegadas para o quadro de instrumentos e 10,7 polegadas para a multimídia.

É exatamente a mesma utilizada pelos BMW X1 e iX1, já equipada com o novo sistema Operacional 9, que exibe informações de maneira prática. A única diferença entre o carro a combustão e o movido a bateria são os paddle-shifts: servem para troca de marchas no X2 e para ativar o boost temporário de potência no iX2.

Motor

Debaixo do capô, o BMW X2 usa motor 2.0 turbo a gasolina de 204 cv e 30,6 kgf.m de torque, e câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas. Com esse conjunto, o X2 acelera de zero a 100 km/h em 7,4 segundos e chega à velocidade máxima de 231 km/h.

Já o iX2 é movido por dois motores, um em cada eixo, e tem tração integral. A potência combinada é de 306 cv e o torque total é de 50,3 kgf.m. Trata-se exatamente do mesmo conjunto usado pelo novo Mini Countryman S E.

Também tem boost temporário, acionado por 10 segundos, que faz a potência subir para 313 cv. Com esse conjunto, acelera de zero a 100 km/h em 5,6 segundos.

Posicionada no assoalho, a bateria tem capacidade de 64,8 kWh, o que se traduz em 337 quilômetros de alcance, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro.

De acordo com a BMW, o iX2 pode bater nos 100% de carga em 6h30m na BMW Wallbox configurado em 11 kW. Para garantir a recarga em casa, esse carregador de alta potência portátil, chamado de Flex Charger, acompanha o carro.

O dispositivo vem com ponta padrão Tipo 2, que também é compatível com todos os veículos BMW e até de outras marcas. Já em recarga em carregadores ultrarrápidos de 100 kW e corrente contínua, o SUV precisa de apenas 38 minutos para recarregar de 10% a 80%.

Versão única

Os BMW X2 e iX2 serão oferecidos em uma única versão de acabamento, que virá de série com chave inteligente e acesso completo ao app My BMW, que permite ao dono funções remotas como trancar e destrancar as portas, buzinar, climatizar, localizar o veículo e enviar destinos ao GPS pelo celular. Apple CarPlay e Android Auto também terão conectividade sem fio.

Entre os equipamentos disponíveis, o carro virá com assistentes de condução e de estacionamento, ar-condicionado digital, head-up display, teto solar panorâmico e sistema de som Harman Kardon.

São oito opções de cores (Branco Alpino, Preto Safira, Azul Portimão, Cinza Brooklin, Cinza Skyscraper, Cape York Green e Vermelho Fire) e três de acabamento (Couro Vernasca Preto/Preto, Mocha/Preto e Oyster/Preto).

Como anda?

Rodamos por alguns quilômetros com X2 e iX2 pela região de Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal (SP) e foi nítida a evolução dos modelos. Fácil perceber como o X2 passou de carro sem graça, uma espécie de versão menor e mais baixa do X1, para um "mini-X6" com muita personalidade.

O desenho encanta. Ele ficou imponente e agora não lembra mais aquele carrinho baixo, mas sim um SUV com muita personalidade e esportividade. Particularmente, gostei mais das rodas da versão elétrica do que as da configuração com motor a combustão.

Essa, aliás, é a única diferença claramente visível entre as versões.

Dinamicamente, o carro melhorou muito em comparação ao anterior. Acelera muito, freia bem e tem ajuste para curvas muito aguçado, como um bom BMW. O volante parecia leve demais no começo, mas nada que o seletor de modo de condução na opção mais esportiva não fosse capaz de resolver.

A suspensão é firme e macia ao mesmo tempo, como tem que ser: esportiva em um rodar mais forte, mas macia nas pancadas que o SUV precisa enfrentar.

Além disso, o espaço traseiro é muito bom, apesar do caimento de teto mais acentuado que o do X2 de geração anterior. E o porta-malas? Sofreu o incrível aumento de 370 litros para 560 litros!

Achei, inclusive, o iX2 mais divertido que o X2. Mas, também, pudera: a diferença de torque entre os dois é de praticamente 20 kgf.m, sendo que no elétrico tudo isso vem de modo instantâneo.

De modo prático, em resumo, o BMW X2 deixou de ser um carro para solteiros e casais endinheirados e virou um SUV para toda a família.

Mudou de proposta. Cresceu. Deixou de ser adolescente e passou a ter mais responsabilidades. E o aumento de preço segue essa analogia, já que ele custava em média R$ 290 mil há pouco mais de dois anos, quando deixou de ser vendido (entre 2021 e 2022), e hoje retorna por quase R$ 400 mil.

Relembre nosso teste com o primeiro BMW X2