Poucos dias após anunciar a pré-venda da ID. Buzz e da ID. Buzz Cargo no Reino Unido, a Volkswagen confirmou o início da produção das duas versões, na Alemanha. As primeiras entregas estão previstas para o período entre setembro e novembro deste ano.
A “Kombi elétrica” é uma grande aposta da fabricante, que não por acaso trabalhou por dois anos na adequação de sua fábrica em Hannover à produção desses elétricos. Mas, convenhamos... será que essa simpática dupla cairá nas graças do público?
O WM1 não tem bola de cristal para prever o sucesso ou o insucesso comercial do modelo. Mas mostramos quais os motivos que podem levar para esses dois caminhos.
Não há dúvidas de que a sustentabilidade tem conquistado cada vez mais espaço na indústria automotiva. Tampouco que carros elétricos e híbridos estão crescendo na preferência do consumidor. Prova disso é que já representam 8,5% das vendas de veículos no mundo.
As simpáticas minivans virão equipadas com o motor elétrico APP 310, um modelo de corrente contínua sem escovas. Em outras palavras, é um propulsor alimentado por um inversor através de corrente contínua – geralmente de baixa tensão. Esse é o mesmo conceito usado em dispositivos de movimentação como HDs e DVDs.
No que se refere à produção, a VW garante que as emissões de carbono decorrentes de fabricação e transporte desses carros serão reduzidas e compensadas. Além disso, a fabricante alemã usará materiais sintéticos reciclados, com o revestimento interior 100% em couro sintético.
Se você gosta de viajar com a família para o litoral no fim de semana, provavelmente sentirá vontade de ver a Buzz e a Buzz Cargo no Brasil. Afinal, ambos vêm com porta-malas de grandes dimensões.
Em sua configuração original (bancos levantados), o ID.Buzz tem porta-malas para 1.121 litros. Para se ter uma ideia do que esse número significa, no Renault Duster, o SUV compacto com maior porta-malas no mercado brasileiro, leva 42,4% dessa capacidade - 475 litros.
Precisa de mais espaço? Então, basta dobrar a segunda fileira de bancos da Buzz. Assim, a capacidade quase dobra, alcançando 2.205 litros. Agora, se precisar de um porta-malas ainda maior, o ID. Buzz Cargo tem espaço para 3.900 litros!
Apesar dos números impressionantes, vale lembra que se encontram distantes dos exibidos pela antecessora, a velha Kombi. O modelo Furgão 1.4, um dos últimos produzidos no Brasil, em 2014, tinha um generoso porta-malas para 4.806 litros, ou 906 litros a mais que o da Buzz Cargo.
De acordo com Alex Hitzinger, líder do projeto VW Autonomy, a ID. Buzz é o modelo-base da fabricante alemã para o desenvolvimento de veículos de direção autônoma. O primeiro carro desse tipo feito pela marca deve chegar ao mercado em 2025.
Por enquanto, o software da ID. Buzz já mostra um amplo potencial, alcançando o quinto maior nível de autonomia (de um total de seis) segundo a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE International).
A ID. Buzz e a ID. Buzz Cargo são releituras da boa e velha Kombi – apelidada em alguns países de Microbus. As minivans têm elementos curvilíneos em seu design, porém mais arredondados e sutis que os da antecessora. Curiosamente, esse conceito confere à dupla uma aparência agressiva, mas sem perder a essência da Kombi.
Por dentro, a simplicidade dá lugar a um visual igualmente futurista e poderoso, com destaque para o belo volante de três raios e um computador de bordo capaz de converter informações de um mapa virtual para prever as movimentações de outros carros, pedestres e ciclistas.
Não, você não leu errado. De fato, esse é um critério que pode ser benéfico ou maléfico para a aceitação das minivans da Volkswagen. Para o público mais nostálgico, fã da Kombi tradicional, o design pode não significar uma releitura do modelo antigo, gerando repulsa.
Ainda nesse contexto, o visual chamativo também pode ser uma péssima notícia para aquele público mais conservador, que prefere veículos da categoria com um jeitão mais tradicional.
As “novas Kombis” são equipadas com motor elétrico APP 310, que rende uma potência máxima de 148 kW (201 cv). Em testes iniciais feito no Exterior, neste ano, o protótipo da ID. Buzz foi de zero a 60 mp/h (96,5 km/h) em 9,78 segundos.
Apesar de ser um resultado positivo no segmento de minivans, é consideravelmente inferior ao do SUV compacto Volkswagen ID.4, equipado com o mesmo motor – e que cumpre essa aceleração em 7,7 segundos.
Logicamente são categorias e pesos distintos. Mas muitas vezes o desempenho é critério importante na hora da compra, e se o consumidor que não precisa de tanto espaço quanto o oferecido pela ID. Buzz e pela ID. Buzz Cargo, pode deixá-las de lado e preferir o ID.4.
A Volkswagen chegou a considerar a produção de versões picape cabine simples e dupla da ID. Buzz. No entanto, ao menos por enquanto, esse projeto parece estar na gaveta de alguma mesa do departamento de produção da empresa.
Além de a marca não oferecer esse tipo de carroceria em um mercado que ama as light trucks - os Estados Unidos -, há décadas esse segmento já é fortemente dominado no país por concorrentes como Ford, Ram, Chevrolet e Toyota. Seria um investimento custo e risco bem altos.
A pré-venda da ID. Buzz começou no Reino Unido no início deste mês, com um preço inicial de 57.115 libras (R$ 350.686). O valor é pelo menos 7.000 libras maior (R$ 42.988) maior do que a mídia especializada local estimava.
Para se ter uma ideia, a van elétrica Citroën ë-Berlingo Feel chegou ao mercado britânico no fim do ano passado por um preço inicial de 29.575 libras (R$ 181.590).
Realmente existem fortes argumentos contra e favor da ID. Buzz. Provavelmente o que vai determinar seu sucesso ou insucesso comercial é sua "usabilidade" - termo aplicado atualmente para avaliar se novos modelos e tecnologias valem o que custam para facilitar a vida das pessoas - e nisso entram tanto aspectos práticos, como a locomoção em si, quanto subjetivos, como o status conferido pelo veículo. Se as ID. Buzz forem funcionais e fizerem seus compradores se sentirem "antenados", a chance de sucesso é grande.